- Onde você cambaleia
e cai é onde se descobre o ouro
- A palavra metáfora
provém do grego “meta” que indica uma passagem ou um ir de um lugar para o
outro e de “forein”, mover ou carregar. Metáforas nos carregam de um lugar para
o outro; nos capacitam a cruzar fronteiras que, de outra maneira, estariam
fechadas para nós.
- As linguagens
metafóricas tanto da mitologia quanto da metafísica não denotam mundos ou
deuses reais, e sim conotam níveis e entidades no interior da pessoa tocada por
elas. As metáforas apenas aparentam descrever o mundo exterior do tempo e do
espaço. Seu universo real é o domínio espiritual da vida interior. O reino de
Deus está no interior de você.
- É fundamental
lembrar que se voce substitui a conotação da metáfora por sua denotação
(conotação = atemporais e se referem não a um outro alguém no mundo exterior de
uma outra era, mas a nós e a nossa experiência espiritual interior de
exatamente agora; denotação = singulares, limitadas pelo tempo e
não-espirituais), voce perderá completamente a mensagem encerrada no símbolo.
Deus é um símbolo. A conotação do símbolo reside além de todo nome, além de
toda numeração e categorias do pensamento (Brahman e não Brahma). “As melhores
coisas não podem ser ditas. As segundas melhores são mal-compreendidas”
(Heirich Zimmer).
- O nascimento
virginal, não se refere à condição biológica de Maria, a mãe de Jesus, mas a um
renascimento do espírito que todos podem experimentar. A Terra prometida não se
refere a uma localização geográfica, mas ao território do coração humano, no
qual qualquer um pode penetrar. É uma região espiritual no coração que só pode
ser adentrada por meio da contemplação.
- A inércia da
religião organizada constitui um repto constante ao crescimento espiritual: é
inevitável que tenhamos que construir nossa própria senda em lugar de trilhar a
de outra pessoa.
- Quando direitos
espirituais são exigidos com base em metáforas religiosas apresentadas como
fatos e geografia e não como símbolos do coração e do espírito, surge um mundo
angustiosamente dividido que acarreta consigo a inevitabilidade da grande
tragédia.
- Compaixão: a
compaixão requer muito mais da nossa caráter, exigindo que cada um de nós
empreenda uma jornada heróica até os limites extremos das vidas das pessoas que
parecem diferentes de nós. Isto é fundamentalmente uma experiência espiritual,
e não precisamos deixar nossas casas, nem sequer a cadeira onde estamos
sentados, para ingressarmos nela. Requer que morramos para nós mesmos para
ascendermos àquela visão reveladora de que partilhamos da mesma natureza humana
com todas as outras pessoas (Tat Tvam Asi.... Isto és tu!).
- A compaixão é a
possibilidade humana que não é, de modo algum, compartilhada por criaturas que
são limitadas por sua natureza animal.
- O fim do mundo
acontece todos os dias para aqueles cuja introspecção espiritual lhes permite
ver o mundo como ele É. O fim do mundo é, portanto, a metáfora de nosso começo
espiritual enão o nosso fim cruel e ígneo.
- A fundamental função
da mitologia é despertar na mente um sentimento de assombro perante essa
situação mediante uma entre três formas de participar dela: exteriorizando,
interiorizando ou efetuando uma correção. Isto ajuda as pessoas a compreender o
desdobramento da vida com integridade.
- A meta das religiões
ocidentais não é concretizar um sentido de identidade com o transcendente; sua
meta é realizar uma relação entre os seres humanos e Deus, que, aos seus olhos,
não são idênticos. É a submissão do discernimento humano ao poder concebido
como sendo Deus.
- O primeiro objetivo
do místico é dar validade à experiência humana individual.
- Carl Jung afirmou
que uma das funções da religião é nos proteger da experiência religiosa.
- Quando o homem comeu
o fruto da árvore, descobriu a si mesmo na esfera da dualidade em lugar daquela
unidade. O resultado foi que encontrou a si mesmo fora, exilado. Você é mantido
em exílio por seu comprometimento com esse mundo.
- O que era o Jardim
de Éden? Era uma lugar de concórdia, de unidade, de ausência de cisão na
natureza das pessoas e das coisas. Quando se come o fruto do conhecimento do
bem e do mal, entretanto, passa-se a ter conhecimento dos pares de opostos, que
não incluem apenas o bem e o mal, a luz e as trevas, o certo e o errado, como
também macho e fêmea e, que se acresça: Deus e o Homem. Diz Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados”. Este
é o modo de voltar ao jardim. Você tem que viver em dois níveis: uma a partir do
reconhecimento da vida como ela É sem ser julgada, e o outro de acordo com os
valores da própria cultura ou da própria religião pessoal e particular. Não são
tarefas fáceis.
- A experiência do
mistério não nasce da expectativa dele, mas da renuncia a todos os programas
que você mantém (desaprender), porque seus programas se baseiam no medo e no
desejo. Largue-os e o brilho surgirá.
- Na Índia é chamado
de Maya a esfera do tempo e do espaço que transforma o que transcende a
manifestação num mundo fragmentado.
- Em quase todos os
outros sistemas, os deuses são agentes, manifestações ou funcionários
imaginados de uma energia que transcende toda conceitualização. Não são a fonte
de energia, mas sim agentes dela. Expresse isso da seguinte forma: o deus é a
fonte, ou é o deus uma maneira humana de conceber a força e a energia que
sustentam o mundo?
- O Reino do Céu está
dentro de ti. Está ele acima? Se for assim, as aves estarão lá antes de ti. É
abaixo? Os peixes estarão lá antes de ti. O Reino do Céu está dentro de ti.
Quem e o que estão no Céu? Deus está no Céu. Onde está Deus? Dentro de voce!
Esta é a idéia do budismo Zen: voce precisa encontrar Deus em você mesmo.
- Quando voce se
identifica com a consciência, o corpo se afasta docilmente. Nada pode acontecer
a voce. Está pronto para ser grato ao corpo e amá-lo por ter dado a você acesso
a essa realização, mas ele é somente o veículo.
- O corpo humano é uma
duplicata em miniatura dessa forma macrocósmica. Através do todo uma harmonia
secreta mantém o controle. É função da mitologia e dos ritos relevantes tornar
conhecida a nós essa percepção macro-micro, tal como é função da medicina
(lembremos dos 43.200 batimentos cardíacos a cada 12 horas) nos manter em
harmonia com a ordem da natureza.
- O medo é o medo da
morte e o desejo é o desejo de ter mais deste mundo: medo e desejo é o que
mantém voce fora do Jardim. Não é Deus que nos mantém exilados, mas nós
mesmos. “Limparás o desejo e o medo de
teus olhos e contemplarás tudo como uma revelação do Divino”. (Willian Blake,
poeta visionário, Sec XVI)
- Hinduismo, jundaísmo
ou o xintoísmo não são religiões de credo, mas de nascimento. Representam
ordens inteiramente diferentes de religiões, uma vez que as primeiras são de
credo (budismo e cristianismo) e as últimas, étnicas.
- Milagres são
possíveis e é função de espiritualidade profunda.
- As imagens
mitológicas pelo plano racional são absurdas, destituídas de significado. Nosso
sistema racional assim rompe as conexões delas e torna sua energia indisponível
para nós em nossas vidas. Por isto mesmo quando Freud contou ao mundo que estes
símbolos se referem realmente à mão, pai e ao menininho, eles foram dissociados
dos seus pontos de referência originais na tradição mitológica.
- Educação: o problema
em nossa sociedade e em nossas escolas é inculcar, sem exagero, a idéia de educação,
como no latim “educare” – conduzir, trazer para fora o que está em alguém e não
meramente doutriná-lo de fora. Espiritualmente, portanto, todos nós temos que
buscar o Graal nos introduzindo naquela parte da floresta onde ninguém abriu
uma trilha para nós.
- O misticismo da
batalha é um grande tema em toda a literatura mundial. O campo de batalha
simboliza o campo da vida no qual todas as criaturas sobrevivem devida a morte
de outras. Ela acontece, entretanto, dentro e através de uma relação pessoal,
pois somente no relacionamento com o outro pode essa experiência, com seus
custos humanos, ocorrer. O relacionamento é o campo no qual o indivíduo está em
processo. E não há desenvolvimento psicológico fora do relacionamento. Isso é o
que temos no centro. É a forma de uma cruz. Relacionar-se e ceder. Escuridão e
lua associadas.
- A mulher não precisa
aprender a se vincular ao homem porque este não é o problema. O problema é de
como o homem se relaciona com a mulher. Ela é Vida. Ele é um meio de relação
com a vida.
- O animal humano é
encontrado no sistema pélvico com aqueles três primeiros chakras. Mas o coração
é começo da humanidade.
- O inferno,
propriamente, é a condição de pessoas que estão tão presas a suas vidas
egocêntricas e a valores egoístas, que não incapazes de se abrirem para uma
graça transpessoal. Está além delas se abrirem para alguma coisa que atuará
como uma influência espiritualmente transformadora.
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