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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OSHO - A NASCENTE JÁ EXISTE


A NASCENTE JÁ EXISTEPor Osho




O amor não pode ser aprendido, não pode ser cultivado.
O amor cultivado não será amor coisa nenhuma.
Não será uma rosa de verdade, será uma flor de plástico.

Se você aprende alguma coisa, isso significa que ela veio de fora; não é crescimento interior. E o amor tem que crescer interiormente para ser autêntico e verdadeiro.

O amor não é um aprendizado, mas um crescimento.

O que você precisa fazer não é aprender maneiras de amar, mas desaprender maneiras de "desamar".

Os obstáculos precisam ser resolvidos, as pedras têm que ser retiradas do caminho, para que ele possa fluir.

Ele já existe — escondido atrás de muitas pedras, mas a sua nascente já existe.

Ele é o seu próprio ser.


Osho - A essência do amor

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

agradecendo a vida!

Criador do Universo, hoje pedimos-te que compartilhes conosco uma forte comunhão de amor. Sabemos que teu verdadeiro nome é Amor, que comungar contigo significa compartilhar tua mesma vibração, tua mesma freqüência, porque tu és o único que existe no Universo.
Hoje pedimos-te que nos ajudes a ser como tu, a amar a vida, a ser vida, a ser amor. 
Ajuda-nos a amar como tu, sem condições, sem expectativas, sem obrigações, sem julgamentos. Ajuda-nos a amar-nos e aceitar-nos a nós mesmos sem nos julgar, porque quando nos julgamos, nos achamos culpados e precisamos ser castigados.
Ajuda-nos a amar todas tuas criações de um modo incondicional, em especial aos seres humanos, e sobretudo às pessoas que nos rodeiam: a nossos familiares e a todos aqueles que nos esforçamos tanto por amar. 
Porque quando os recusamos, recusamos a nós mesmos, e quando recusamos a nós mesmos, recusamos a ti.
Ajuda-nos a amar aos demais tal como são, sem condições. 
Ajuda-nos a aceitá-los como são, sem julgá-los, porque se os julgamos, os achamos culpados e sentimos a necessidade de castigá-los.
Limpa hoje nosso coração de todo veneno emocional, libera nossa mente de todo julgamento para que possamos viver numa paz e um amor absolutos
Hoje é um dia muito especial. 
Hoje abrimos nosso coração para amar de novo e para dizer-nos os uns aos outros: «Amo-te», sem nenhum medo, para valer. 
Hoje oferecemo-nos a ti. Vêm a nós, utiliza nossa voz, nossos olhos, nossas mãos e nosso coração para compartilhar a comunhão do amor com todos. 
Hoje, Criador, ajuda-nos a ser como tu. 
Obrigado por tudo o que recebemos no dia de hoje, em especial pela liberdade de ser quem realmente somos.
Miguel Ruiz

foto: eliane sena

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um dia a maioria de nós irá se separar


Um dia a maioria de nós irá se separar.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...

Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo....

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:

- "Quem são aquelas pessoas?"

Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!

"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito.

Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......

Quando o nosso grupo estiver incompleto...reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrimas abraçar-nos-emos.

Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo.....

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Vinicius de Moraes

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amor e a capacidade de estar só


Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar.

Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará – e compartilhar é bonito. Mas o que comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam pelo amor do outro.

Dois mendigos mendigando entre si. Como resultado, as brigas, o conflito, a contínua rixa entre os amantes – a respeito de coisas triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se brigando. O conflito básico surge porque o marido acha que não está recebendo o que tem direito de receber, a mulher acha que não está recebendo o que tem direito de receber. A mulher acha que foi enganada e o marido também acha que foi enganado. Onde está o amor? Ninguém está preocupado em dar, todo mundo quer receber. E quando todo mundo está atrás de receber, ninguém recebe. E todo mundo se sente perturbado, vazio, tenso. A fundação básica está faltando, e você começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a
qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive em tal grau de inconsciência!
Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras pessoas. Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão, sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes.
E você sabe qual
 tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente de que vai acontecer o mesmo novamente – porque não há nenhuma diferença.
Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo colapso.
Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a capacidade de estar alegre sozinho.
Muito raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão – simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de
alguém. Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você encontra um homem belo e você fica feliz. Sentar-se em silêncio em seu quarto e feliz?! Feliz desse jeito!?
 Você deve estar louco! As pessoas
vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está chapado. Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor aprisionado. E você se torna tão alegre, surge uma tal celebração em seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento. Você pode se relacionar com as pessoas.... E esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele; relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma pessoa, e você ama, porque você tem muito amor disponível.

Osho, The Dhammapada, V6, # 4

domingo, 7 de novembro de 2010

Quando você conseguir superar

Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamento,
não se detenha na lembrança dos momentos difíceis,
mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida.

Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento
que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura.

Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.
Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.

Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe
e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.

Seja um eterno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera; a inferior, julga;
a superior, alivia;
a inferior, culpa;
a superior, perdoa;
a inferior, condena.

Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!
(Chico Xavier)

sábado, 6 de novembro de 2010

I can feel your heartbeat

I saw you talking on the phone

I know that you are not alone
But you steal my heart away
Yeah you steal my heart away
You’re acting like you’re on your own
But I saw you standing with a girl
Stop tryn’ to steal my heart away,
Stop tryn’ to steal my heart away
I don’t know where we going
I don’t know who we are

I can feel your heartbeat x2

He said to me
I can feel your heartbeat
Running through me
Feel your heartbeat
She said
I can feel your heartbeat
She said to me
I can feel your heartbeat
She said to me
I can feel your heartbeat
She said to me
I can feel your heartbeat
Running through me
Heartbeat
Feel your heartbeat
Maybe it’s the way you move
You got me dreaming like a fool
That I can steal your heart away
I can steal your heart away
No matter what it is you think
I’m not the kind of girl you think
And give my heart away
Stop tryin’ steal my heart away
I don’t know where we going
I don’t know who we are
I can feel your heartbeat
He said to me
I can feel your heartbeat
He said to me

http://www.youtube.com/watch?v=M5y-XM3LjyY&NR=1&feature=fvwp

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mensagem de Dr. Bach


"A nenhum de nós nesta Terra é pedido mais do que pode realizar
e se nos esforçarmos  para obter
o que há de melhor dentro de nós,
sempre guiados por nosso Eu Superior,
a saúde e a felicidade serão possíveis.


Mas nas horas mais escuras, quando a vitória parece impossível,
lembremo-nos de que os filhos de Deus não devem nunca ter medo,
que as tarefas que nossas almas nos dão
são apenas as que somos capazes de realizar
e que, com coragem e fé em nossa divindade interior,
a vitória virá
para todos os que continuam a lutar.

Cada pessoa tem uma vida para viver,  um trabalho a realizar,
uma personalidade gloriosa, uma individualidade maravilhosa.
Se ela compreender estas verdades  e conseguir mantê-las
contra todas as leis da massificação,  ela superará tudo
e ajudará os outros com o exemplo do seu caráter.

A vida não exige de nós grandes sacrifícios;
pede-nos apenas para fazermos a viagem com alegria no coração
e sermos uma bênção àqueles que estão ao nosso redor."

Dr. Edward Bach

Culpa Zero


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.


Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

 
Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias!
Tempo para uma massagem..
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora
fonte: (Texto na Revista do Jornal O Globo)

domingo, 29 de agosto de 2010

"Mestre" Rumi

Aprecie obras de arte, retratando a Pérsia antiga e o belo texto do "Mestre" Rumi


Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
 Giram desnorteados.
Cada átomo Feliz ou miserável,
Gira apaixonado Em torno do sol.
Desde que chegaste ao mundo do ser, uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.
Primeiro, foste mineral; depois, te tornaste planta, e mais tarde, animal.
Como pode isto ser segredo para ti?
Finalmente, foste feito homem, com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo um punhado de pó, vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada, decerto hás de regressar como anjo.
Depois disso, terás terminado de vez com a terra, e tua estação há de ser o céu.
Não durmas, senta com teus pares.
A escuridão oculta a água da vida.
Não te apresses, vasculha o escuro.
Os viajantes noturnos estão plenos de luz; não te afastes pois da companhia de teus pares.
Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo, e reflete, como a mina de rubis, os raios de sol para fora de ti.
 A viagem conduzirá a teu ser, transmutará teu pó em ouro puro.
Sofreste em excesso por tua ignorância, carregaste teus trapos para um lado e para outro, agora fica aqui.
Na verdade, somos uma só alma, tu e eu.
Nos mostramos e nos escondemos tu em mim, eu em ti. Eis aqui o sentido profundo de minha relação contigo.
Porque não existe, entre tu e eu, nem eu, nem tu.
Oh, dia, levanta!
Os átomos dançam, As almas, loucas de êxtase dançam.
A abóbada celeste, por causa deste Ser, dança,
Ao ouvido te direi aonde a leva sua dança.
Quero fugir a cem léguas da razão,
 Quero da presença do bem e do mal me liberar.
Detrás do véu existe tanta beleza: lá está meu ser.
Quero me enamorar de mim mesmo, ó vós que não sabeis!
Eu soube enfim que o amor está ligado a mim.
E eu agarro esta cabeleira de mil tranças.
Embora ontem à noite eu estivesse bêbado da taça,
Hoje, eu sou tal, que a taça se embebeda de mim.
Sou medido, ao medir teu amor.
Sou levado, ao levar teu amor.
Não posso comer de dia nem dormir de noite.
Para ser teu amigo
Tornei-me meu próprio inimigo.
Não temos nada além do amor.
Não temos antes, princípio nem fim.
A alma grita e geme dentro de nós:
 - Louco, é assim o amor.
Colhe-me, colhe-me, colhe-me!
À noite, pedi a um velho sábio que me contasse todos os segredos do universo.
 Ele murmurou lentamente em meu ouvido: -
Isto não se pode dizer, isto se aprende.
Vem ao jardim na primavera, disseste.
- Aqui estão todas as belezas, o vinho e a luz.
Que posso fazer com tudo isso sem ti?
 E, se estás aqui, para que preciso disso?

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Mahmoud Farshchian Was born in Isfahan on January 24, 1929. Farshchian has received many awards throughout his life, including a doctorate in fine arts.


Mevlana Jalaluddim Rumi Nasceu em Balk, antiga Pérsia e atual Afeganistão, em setembro de 1207. Ele era reverenciado por todos seus discípulos, e a população o chamava de Mevlana (nosso mestre). A morte de Mevlana aconteceu em 17 de Dezembro de 1273. Além do Mathnavi, sua maior obra, ele deixou poesias que foram copiladas posteriormente, sendo a mais famosa, o Divan. Rumi também escreveu o Fihi-ma-Fihi que é uma compilação de aulas e ensinamentos sobre diversos temas dirigidos diretamente a seus discípulos. By Eliane/2009

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Solidao


Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma....

Francisco Buarque de Holanda

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A lição da borboleta

Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. Provérbios 16:1

Um dia uma pequena abertura apareceu em um casulo e um homem observou, por longo tempo, a borboleta, que fazia enorme esforço para que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu, ao homem, que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguiria ir mais.

O homem, condoído, decidiu ajudar a borboleta: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta, então, saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem, feliz, continuou a observar a borboleta, esperando que a qualquer momento as asas dela se abrissem e esticassem, para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar...
Nada aconteceu !
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
O homem compreendeu que o casulo apertado e o esforço, necessários para a borboleta passar através da pequena abertura, era a maneira com que Deus fazia que o fluido do corpo da borboleta fosse para suas asas, para fortalecê-las, de modo que estaria pronta para voar assim que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, talvez ficássemos enfraquecidos. Não iríamos ser tão fortes como podemos ser.

Pedi Força... E recebi Dificuldades para me fazer forte.
Pedi Sabedoria... E recebi Problemas para resolver.
Pedi Prosperidade... E recebi Cérebro e Músculos para trabalhar.
Pedi Coragem... E recebi Perigo para superar.
Pedi Amor... E recebi pessoas com Problemas para ajudar.
Pedi Favores... E recebi Oportunidades.
Não recebi nada do que pedi... Mas recebi tudo que precisava...
(autor desconhecido)

Abraço e até a próxima,
Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos. Provérbios 16:3
fonte: Verdades Que Alimentam - verdadesquealimentam02@gmail.com

terça-feira, 10 de agosto de 2010

“Todos são dotados de um Coração espiritual.
Quandovocê preencher seu Coração com Amor e Compaixão, a Paz suprema reinará no mundo.
Haverá Amor em todaparte.
Não haverá inveja, ódio ou raiva no mundo.
A inquietude desaparecerá da face da Terra.
Aquele que preencheu seu Coração com Compaixão sempre permanecerá em Paz.
Conhecer esta Verdade é o mais essencial.
As pessoas confundem o Coração espiritualcom o coração físico.
O Coração espiritual é o princípiotodo-penetrante do Atma.

É dito: Hrid + Daya= Hridaya.

Seu Coração deve estar pleno de compaixão (Daya).”

“Se querem transformar o mundo e promover a prosperidade geral no país, orem para que "todas as pessoas sejam felizes".
Para que a prece se torne uma realidade, desenvolvam fé no Ser Interior.
Nunca se esqueçam de Deus.
Todos os seres são manifestações do Divino Cósmico.
As formas são diferentes, mas o espírito que anima todas elas é Um só, assim como a corrente que ilumina lâmpadas de cores e voltagens distintas.

Cultivem esse sentimento de unicidade.
Os reflexos do sol brilhando no céu podem ser vistos nos oceanos, rios, lagos e poços.
Embora os reflexos sejam variados, há somente um sol.
O Divino está presente no homem como o fio invisível que mantém unida uma guirlanda de jóias.
O cosmo inteiro é permeado pelo Divino e é a manifestação visível do Divino.
Nada no mundo - nenhum objeto, nenhum ser humano, nenhuma criatura - pode ser achado onde Deus não estiver presente.
Há somente um Deus e Ele é o Ser, a Consciência e a Bem-aventurança”

terça-feira, 20 de julho de 2010

ANAM CARA, por Wagner Borges

ANAM CARAé uma expressão celta que significa AMIGO DA MINHA ALMA Ou AMIGO ’ALMA

Há duas maneiras de interpretar o Anam Cara:
Neste plano fenomênico de manifestação densa, Anam Cara é aquela pessoa com a qual você poderá contar em qualquer ocasião, mesmo quando todos tiverem voltado as costas para você.
E mais: é aquela pessoa à qual você pode abrir o coração com confiança.
Quando você pensa nela, seu coração brilha mais. Você sabe que ela existe e está no mesmo plano que você.
Sabe que ela é valiosa e que, só de ver você, já sabe como você está, pois lhe conhece profundamente, além das aparências.
Ela sabe sentir você em espírito.
Em outros planos mais sutis, Anam Cara é o anjo amparador, aquela consciência extrafísica
que lhe ajuda invisivelmente.
Anam Cara é o anjo que lhe conhece desde sempre. Sabe dos seus dramas e de seus acertos ao longo dos tempos.
Pode até ter vivido momentos no passado junto com você, tanto em presença real quanto extrafísica.
No momento este anjo está em outra condição vibracional. Mas não esqueceu de você!
Muitas vezes, ele mergulha nos planos mais densos para lhe apoiar invisivelmente.
Você não percebe sua presença, mas ele vela secretamente pelo seu progresso.
Ele não é uma divindade, é apenas o seu anjo invisível, um Anam Cara extrafísico.
O Anam Cara poderá ser o seu filho, seu parceiro, seu irmão, seu pai, sua mãe, seu parente, ou apenas um amigo que você conheceu ao longo da vida.
Então, o coração não falará mais ao coração no silêncio de uma vibração silenciosa trocada no olhar da alma.
Haverá apenas o olhar que percebe o convencional, e que se perde nele em meio à dor de tentar achar o Anam Cara aonde ele não está.
Sentir alguém que é um Anam Cara em sua vida, seja ele o irmão, o amigo ou o parceiro, é sentir-se acompanhado na existência por uma alma brilhante.
É viajar pelo denso enganoso acompanhado de alguém que também vê algo além...
É sentir-se ligado em alma, dentro do coração.
O Anam Cara é seu refúgio dentro da loucura em volta.
É o porto que a nave de seu coração gosta de aportar em meio à tempestade.
Pense numa canção que lhe fala ao coração. Ao ouvi-la, você lembrará de muitas coisas.
O Anam Cara é semelhante à essa música. Quando você lembra dele, o coração viaja...
Ele pode ser seu amigo, amparador, irmão ou parceiro. Tanto faz. O que vale mesmo é que ele é uma riqueza que você achou no mundo.
O Anam Cara é isso: um amigo d'alma.
Nesse aspecto, o TODO é o amigo d'alma de todos os seres.
E como o TODO está em tudo, Ele também está nos amigos d'alma, desse e de outros planos.
Pode-se gostar de alguém em vários níveis: mental, emocional, energético ou sexual.
Porém, a ligação do Anam Cara transcende esses níveis e chega ao espírito.
Por isso, os celtas antigos reverenciavam o conceito de Anam Cara.
Para eles, tratava-se de uma riqueza sem paralelos.
E eles sabiam que as ligações que não são em espírito e verdade, são apenas manifestações temporárias e irrisórias ao sabor dos pensamentos, emoções e energias do momento.
Para eles, o real sempre foi o espírito eterno, não a bruma que dificulta a percepção.

Por isso, os poetas cantavam:
Oh, Anam Cara!
Muitos outros vieram,
Mas só sinto sua presença sagrada.
Só escuto a sua canção.
Ali está o sol,
Mais tarde virá a lua.
Mas, só me importa a sua canção.

O Anam Cara é isso: uma riqueza sem paralelos.
Só o coração é que sabe.
Só ele é que sente.
Quando o coração fala ao coração, não há mais nada a dizer.
O Anam Cara é um presente da vida ao coração.
Sua ligação não vem da Terra, mas de Deus!
Que as pessoas conscientes possam reconhecer o Anam Cara pelo coração.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"AVE MARIA" POR VÁRIOS INTÉRPRETES



Escolha o seu intérprete favorito e clique!  (Esse é para ouvir e guardar!!!!)

  Aaron Neville
  Agnaldo Rayol
  Albano Romina Power
  Andrea Bocelli
  Andre Rieu * Schubert
  Andre Rieu
  Andre Segovia
  Andy Williams
  Angela Maria & Pery Ribeiro
  Amigos * Sertanejos
  Auriz Barreira * Schubertze
  Ave Mundi Spes Maria Gregorian Chant
  Bach
  Barbra Streisand
  Beniamino Gigli
  Bethovem Voz )
  Bing Crosby
  Brittany Hunter
  Caio Mesquita * Saxofonista
  Carlos Gomes
  Carpenters
  Celine Dion
  Claude Barzotti
  Charles Aznavour
  Chitãozinho & Xororo
  Demis Roussos
  Enrico Caruso
  Ernesto Cortazar Ave Maria Bach )
  Executada no Piano
  Fafa de Belem 
  Fagner ( Gounod )
  First Offense
  Francisco Alves
  Gounod
  Gounod 1
  Gounod Coro
  Gregorian Chat
  Il Divo
  J. Connick Jr.
  Jesse Norman
  Joan Baez
  Joana
  Johnny Mathis
  Jorge Aragão
  José Carreras
  Kenny G
  Kiri te Kanawa
  Les Petits Enfants de Saint Marc * en Concert de Caccini )
  Luciano Pavarotti
  Maria Callas
  Maria Dion
  Maria Irene Paiva
  Maria Russel
  Missa Cantada Estilo Congoles
  Mozart Opera
  Nana Mouskourit * Gounod
  Nana Mouskourit * Schubert
  Nina Hangen
  Renata Tebaldi * Bach e Gounod
  Richard Clayderman
  Roberto Carlos & Pavarotti
  Roberto Carlos
  Sarah Brightman
  Sergio Chiavazzoli * Cavaquinho 
  Schubert
  Soundtrack
  The Mormon Tabernacle Choir
  Three Tenor Carreras, Domingo e Pavarotti )
  Valdir Azevedo
  Verd
  Vicente Celestino * Schubert
  Voz Ecoro Somma
  Vicente Celestino * Schubert
  Voz Ecoro Somma
  Ave Maria * ? 
  Ave Maria * ??

  Jacno * Ave Maria
  Jordan * Ambient Maria mix
  Jordan * Matadore Solo Acoustic mix
  Jordan * Spanish Hybrid mix
  Jordan * Sweaty Spanish mix
  Jordan * Thundertone mix


  Agnaldo Rayol & Angela Maria * Ave Maria do Morro
  Altemar Dutra * Ave Maria
  Andrea Bocelli * Ave Maria do Morro
  Angela Maria & Cauby Peixoto * Ave Maria do Morro
  Anisio Silva * Ave Maria dos Namorados
  Coral cantores de Petrópolis * Ave Maria dos Navegantes
  Dalva de Oliveira * Ave Maria do Morro
  Fafa de Belem * Ave Maria dos Navegantes
  Francisco Petronio & Dilermando Reis * Ave Maria do Morro
  Jesse & Cascatinha * Ave Maria do Sertão
  Oswaldo Montenegro * Ave Maria de todas as Seitas
  Maria Bethânia * Ave Marias Oração a Nossa Senhora )
  Raul Seixas * Ave Maria da Rua
  Silvio Caldas * Ave Maria

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Só um lembrete do Quintana ...


'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
 Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá,
será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'
Mário Quintana

Nunca Desista - Do not give up


terça-feira, 13 de julho de 2010

José Saramago


“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.
Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita...”

“...e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir,...”

“...mas uma sombra,  ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem                  ser intraduzível, por exemplo...”

“...a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior àpalavra que vai ficar na memória como o rasto de um sonho que o tempo não apagará por completo.”
Muito universo, muito espaço sideral, mas o mundo é mesmo uma aldeia.”

Estamos numa aldeia chamada Azinhaga, no Alentejo português, a região sul do país  onde se produzem azeitonas, cortiça e trigo. E nesta pequena aldeia, modestas plantações e criação de porcos é o que há para ser feito. Jerónimo e Josefa estão particularmente felizes hoje, 16 de novembro de 1922, pois é o dia que viu nascer  o seu mais novo neto, a quem o destino conferiu o nome de José Saramago.

Livros e letras não fazem parte da rotina deste casal de camponeses, bem como de tantos outros vizinhos. As poucas palavras faladas lhes servem aos propósitos, e o seu mundo é o quintal que em breves minutos percorremos.

Na primavera de 1924, os pais de Saramago, Maria da Piedade e José de Sousa, abandonam o seio  do campo e se mudam para Lisboa, onde ele conseguiu um novo trabalho como policial do trânsito. Em Lisboa, Maria da Piedade passa a cuidar dos
afazeres domésticos, e se dedica aos filhos, Francisco, de quatro anos, e José Saramago, que  conta com dois anos de idade.

No mês de dezembro do mesmo ano em que se mudam para Lisboa, o filho mais velho do casal, Francisco, com apenas quatro anos de idade, morre de broncopneumonia.
Uma dor que Maria da Piedade carregará pelo restante dos seus dias.
Saramago passa a frequentar a escola primária na capital, e já é fluente na leitura, aos oito anos.Sua mãe o envia nas férias para Azinhaga, para o contato com o campo
e com os avós maternos.

E nas temporadas que passa na aldeia dos avós, o pequeno José sente-se feliz como um pássaro livre. O contato com a Natureza – a inocência, cheia de beleza e serenidade, das coisas puras. Os peixes que, nadando velozes, mantêm-se, por vezes, imóveis contra a força da corrente...  Anos mais tarde, recordará Saramago algumas lembranças do avô Jerónimo:... “Recordo daquelas  noites mornas de Verão,  quando dormíamos debaixo da figueira grande, ouço-o falar da vida que teve, das histórias e lendas da sua infância
distante.”

“Adormecíamos tarde, bem enrolados nas mantas por causa do fresco da madrugada...”
As lembranças da pequena aldeia e o tempo passado na companhia dos avós – as grandes referências morais e sentimentais na sua vida – acompanharão o pequeno José pelos anos e décadas vindouros. O tempo passa e transforma crianças em jovens adultos.

Por falta de recursos, Saramago não chega a concluir o secundário, trocando os estudos acadêmicos pelo curso de serralharia mecânica numa escola técnica de Lisboa.
Aos dezenove anos passa a trabalhar num hospital, fazendo a manutenção do maquinário.

Com o trabalho a consumir as horas do dia, cultiva a rotina de dedicar a noite à leitura. Todas as noites, depois de jantar, vai a pé, apesar da longa distância, até a biblioteca pública de Lisboa, onde permanece até a hora de fechar, lendo tudo o que pode.
São estas leituras as suas aulas, o seu professor, o seu mestre...
Sobre esta fase, recordará anos mais tarde:...
“Como gostava de, um dia, começar a escrever, afinal, ser um escritor!  E ser escritor era para o jovem José uma reflexão sobre a vida e os seus absurdos...”

“Guiado talvez pela beleza da persistência, ainda que trêmula, de uma daquelas estrelas que vira no céu na casa do avô Jerônimo e da avó Josefa, decidiu ser todo uma só vontade, todo um atrevimento e lançou-se no voo alto de escrever...”
Em 1944, aos 22 anos de idade, casa-se com a pintora Ilda Reis, sendo que três anos mais tarde, em 1947, nasce a filha, que recebe o nome Violante. Neste ano também
publica o seu primeiro livro, ‘Terra do Pecado’.

“A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível.”
Embora tenha seu primeiro livro, ‘Terra do Pecado’, ignorado pela crítica, Saramago continua a escrever, tendo diversos contos e crônicas publicados em jornais e revistas.
A sua paixão pela literatura leva-o a conseguir posições de certo destaque no meio editorial, atuando como colunista, revisor, tradutor e crítico literário.
Com aproximadamente quarenta anos de idade, seu nome começa a ser conhecido no campo da literatura e cultura em Portugal.
Saramago passa a ocupar diversas funções, como coordenador do suplemento de cultura do jornal ‘Diário de Lisboa’, e diretor-adjunto do ‘Diário de Notícias’.

Em 1970, Saramago e Ilda Reis se divorciam. E em 1975, ao deixar a função de editorialista do jornal onde trabalha, resolve dedicar-se exclusivamente à literatura.
Em 1980, aos 58 anos de idade, Saramago publica o seu segundo romance, chamado

“Levantado do Chão”. Desta vez, a acolhida é bem diferente; a obra é recebida com êxito, tanto pela crítica, quanto pelo público, em Portugal.
Os livros que se seguem nos anos seguintes são igualmente aclamados pelo país afora. Aos sessenta e poucos anos de idade Saramago dá início a uma tardia e improvável carreira literária.
Estamos em 1986, Saramago encontra-se com 63 anos de idade. Separado, com a           
filha já adulta
Realizou o sonho de escrever e ser lido. Com um sucesso considerável em Portugal , parece um homem satisfeito com a vida que lhe fora destinada.    
“Aos 63 anos de idade,     o que um homem pode ainda esperar da vida?...”
afirmaria numa entrevista, “Não muito...”. Mas o futuro  ainda lhe reserva  algumas surpresas...
1986 - Sevilha, Espanha.
Uma jornalista espanhola, nos seus trinta e poucos anos, passeia por uma livraria à procura de títulos interessantes.
Ao passar por uma estante que contém alguns livros separados para serem devolvidos à editora, se depara com um título que chama sua atenção.
Mesmo sem ter ouvido falar do autor, ela resolve comprar o livro, sem poder imaginar
as consequências que tal decisão, aparentemente trivial, poderá ter.
Coincidências da vida, dirão alguns, enquanto outros atribuirão o ocorrido ao destino, ao acaso, ao inevitável...

O livro se chama ‘Memorial do Convento’. E a jovem jornalista que o acaba de adquirir,                 Pilar del Río.
Blimunda, a protagonista de ‘Memorial do Convento’, ocupa um lugar especial dentre todos os personagens femininos  criados por Saramago.
Pilar gosta tanto do livro que compra vários exemplares para presentear às melhores amigas, comentando sua grande vontadede conhecer esse homem capaz de tocar tanto a alma feminina através de Blimunda.

Ela procura outros livros de Saramago, e diante da revelação e fascinação sentida após cada leitura, resolve entrar em contato com o autor.
Pilar recordará mais tarde: “Senti que tinha a obrigação moral de dizer a José Saramago o que tinha experimentado. Um autor só acaba a sua obra quando o livro é lido e entendido. E eu queria dizer-lhe:  completou-se o ciclo, li-o e entendi.”
Uma bela tarde,  toca o telefone na casa de Saramago.
Pilar se identifica, dizendo ser uma leitora e admiradora. Conversam sobre os livros de Saramago, sobre a literatura, sobre a vida...
E ao fim da conversa, combinam de se encontrar numa cafeteria em Lisboa, para uma entrevista que Pilar propõe realizar para o jornal em que trabalha.
Por ocasião do encontro, aproveitam para passear pela cidade de Lisboa, e falam de quase tudo.Depois, ela retorna para Sevilha.
“Com uma  estranha paz.”
No dia seguinte, Saramago retribui a visita de Pilar a Lisboa, enviando-lhe uma carta, acompanhada de rosas.
Caminhos que se entrecruzam, vidas prestes a se mudar para sempre... Coincidências da vida, dirão alguns. O destino, o acaso, o inevitável, afirmarão outros...
Há quem afirme que as histórias de amor, todas elas, desde o início dos tempos,                 se parecem, se repetem. O que muda são os nomes, os detalhes, os corações...
As idas e vindas entre Sevilha e Lisboa, onde Pilar e Saramago residem, respectivamente, passam a se tornar cada vez mais frequentes.
Os 28 anos de vida que separam Pilar, com 34 anos, e Saramago, 63, se tornam um mero detalhe diante do amor que sentem.  
Em outubro de 1988 celebram o casamento.
Ao lado de Pilar, Saramago inicia o que chama de sua ‘segunda vida’.
Saramago observa que aos 63 anos, “quando já não se espera nada”, encontrou “o que faltava para passar a ter tudo” – Pilar.
Ela, espanhola: sonhadora, lutadora,  vive a batalha de mudar o mundo;
Ele, português: melancólico, sereno... Uma combinação perfeita.
Os livros que Saramago passa a escrever desde então são todos dedicados a ela.
“A Pilar,  minha casa”
“A Pilar, os dias todos”
“A Pilar, até ao último instante...”
Com a mudança para Lisboa, Pilar abandona a carreira jornalística                              que exercia na televisão espanhola.
É a primeira leitora dos textos de Saramago, e a tradutora das obras                              do marido para o espanhol.

Em 1991, Saramago publica o livro “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, onde conta a história de Jesus de forma moderna, sob um olhar narrativo que humaniza Cristo.
Em 1992, a Secretaria de Cultura de Portugal veta a inscrição do livro na disputa do Prêmio Literário Europeu, por considerá-lo “ofensivo para o catolicismo do povo português.” 
Em reação a tal veto, que considera censório, Saramago se muda de Portugal, passando a fixar   residência na ilha de Lanzarote, Ilhas Canárias. 

E é em seu escritório em Lanzarote que Saramago escreve um de seus romances mais conhecidos – “Ensaio sobre a Cegueira”.
Escrito em 1995, próximo à virada do milênio, o romance aborda uma epidemia de cegueira repentina que acomete a inteira população de uma cidade.
A cegueira como uma alegoria para o estado de crise por que passa a atual sociedade,
onde, frequentemente, os limites entre civilização e barbárie são rompidos. 
A cegueira descrita no livro é uma “cegueira branca”, pastosa, como se alguém tivesse mergulhado de olhos abertos num “mar de leite”.
“Trevas brancas”  a anuviar o olhar daqueles que,  tendo olhos, não conseguem   (ou se recusam a) enxergar.
Uma cegueira por vezes associada ao avanço irrefreado do consumismo e do materialismo, que faz com que os homens percam  a consciência de si, se deformem,              se massifiquem e se barbarizem. Uma cegueira que promove a ruptura com a nossa própria essência – a compaixão, o cuidado, a solidariedade...

“Penso que     estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.” Saramago “Se podes olhar, vê. Se podes  ver, repara”.
(epígrafe do livro  “Ensaio sobre a Cegueira”)

“Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória                 não existimos, sem responsabilidade talvez não    mereçamos existir.” Saramago
1995 – Saramago recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura da língua portuguesa.
1998 – Recebe o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se o primeiro autor da língua portuguesa a receber a homenagem.
Ao receber o prêmio, Saramago inicia seu discurso      com uma homenagem ao avô, o camponês Jerónimo Melrinho, o que também pode ser visto como uma crítica à pompa das instituições literárias:...

“O homem mais sábio que conheci em toda minha vida não sabia ler nem escrever...”
E passa a discorrer sobre memórias de sua infância, suas fontes de inspiração e formação, e sobre alguns de seus principais livros e personagens.

Com a conquista do prêmio Nobel, inicia-se uma nova fase na vida de Saramago e Pilar.
O público leitor de Saramago multiplica-se. Os livros são traduzidos em 42 línguas,                     publicados em 53 países, e vendem milhões de exemplares mundo afora.
Plateias numerosas, por vezes superiores a mil pessoas, ouvem avidamente suas palavras. “Acho que na sociedade actual nos falta filosofia...”
“Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do  trabalho de pensar, e parece-me que,                       sem idéias, não vamos a parte nenhuma.”
“Falamos muito ao longo destes últimos anos dos direitos humanos; simplesmente deixamos de falar de uma coisa muito simples,...”
“...que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro,  essa espécie de desprezo do outro,...”
“...que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência               de uma espécie que se diz racional.”
“O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de
cegueira mental...”
“...que consiste em estar no mundo e não ver o mundo ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.”
“Temos que acreditar nalguma coisa e, sobretudo, temos de ter um sentimento de responsabilidade colectiva, segundo o qual cada um de nós será responsável por todos os outros.”
A prioridade absoluta tem de ser o ser humano. Acima dessa não reconheço nenhuma outra prioridade.”
E fazendo uso do espaço, da atenção e notoriedade conferidos pelo prêmio Nobel,
Saramago denuncia as injustiças sociais, e defende com coração e alma as causas que abraça:... Os cuidados com a infância;
A educação de qualidade; Os direitos dos povos nativos da América Latina;
O combate à violência doméstica;
A luta pelo fim dos  maus-tratos contra animais;
A questão dos refugiados;
O sofrimento do povo palestino; dentre tantas outras.
Aos oitenta anos de idade, guarda o vigor juvenil     de se revoltar contra    toda injustiça, e  não permite que se morra nele o desejo de mudar o mundo. O engajamento sempre em prol do humanismo.

“Estou convencido de que é preciso continuar a dizer não, mesmo que se trate                  de uma voz pregando no deserto.”
Em 2007, aos 85 anos, Saramago é agraciado com o prêmio “Amigo das Crianças”, concedido pela fundação ‘Save the Children’.

Segundo a fundação, o prêmio é um reconhecimento ao grande empenho na procura de “um mundo melhor em que todas as crianças tenham esperança e oportunidades”,...
...salientando, ainda, o “compromisso ativo pela paz” e o “apoio continuado às campanhas e projectos relacionados com a infância e com os mais desfavorecidos”.
Dentre os livros de Saramago encontra-se um dedicado ao público infantil – “A Maior Flor do Mundo”.

Pilar é uma companhia constante nos intermináveis compromissos e viagens.
Igualmente defensora de inúmeras causas humanitárias, atua como confidente, conselheira, tradutora e é quem organiza a agenda do marido.
Estão sempre juntos – em Lisboa e Lanzarote ou pelo mundo – e de mãos dadas. Um amor e uma admiração singulares –
a aura envolvente que raros casais emitem... “Pilar, se eu tivesse morrido aos 63 anos, antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei  quando chegar a minha hora.” Em meio às constantes viagens, é na residência em Lanzarote, com vista para o mar, que Saramago recompõe as energias e se restabelece.

E mesmo com a agenda corrida, ele reserva tempo para escrever ao menos duas páginas diárias – que totalizará um livro ao fim de um ano, conforme observa.
Por diversas vezes, Saramago e Pilar visitam o Brasil,    onde cultivam    muitas amizades.
Jorge Amado,             Chico Buarque, Leonardo Boff, Sebastião Salgado, Lygia Fagundes Telles  Paulo Freire, Betinho, Frei Betto, entre tantos outros. 
A calorosa acolhida dos intelectuais brasileiros também se reflete na relação de Saramago com              o seu público leitor no país.
Certa vez, diante da cativa platéia e da efusão de beijos e abraços que se seguiram, exclama:...
“Esta gente quer me matar de amor!”
Saramago também manifesta um carinho especial pelos jovens e adolescentes.
Frequentemente aceita convites para visitar escolas, proferir palestras e participar de debates.

“Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe.”
Ao mesmo tempo em que cultiva a conhecida seriedade, Saramago também nutre uma notória leveza e um bom-humor constante.
Certa vez, declara gostar da seção de quadrinhos dos jornais.

“Confesso que     gosto muito do Calvin e do Hobbes, do Snoopy, do Garfield,...”
“...daquela Mafalda sábia e subversiva, de quem continuo a ser discípulo fiel.”
“A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver.”
“Fugir da morte pode tornar-se num modo de  fugir da vida.”
“O homem é o único animal capaz de chorar. E de sorrir. É diante do mar que o riso e a lágrima assumem uma importância absoluta.”

Dir-se-á que mais profundamente a assumiriam diante do universo, mas esse, digo eu, está demasiado longe, fora do alcance duma compreensão comum.”
“O mar é o universo perto de nós.”
Em 2007, Saramago é hospitalizado durante longos meses, devido a uma grave doença respiratória.
Tão logo se recupera, conclui o livro “A Viagem do Elefante”,... ...e faz questão de viajar para o Brasil, aos 85 anos de idade, para o lançamento mundial da obra.
A escolha do Brasil para o lançamento mundial é um presente ao carinho e amizade dos brasileiros.

A notória lucidez e a acuidade da sua reflexão filosófica permanecem inabaláveis,
contrastando cada dia mais com a saúde física debilitada.
“A vida é como  uma vela que vai ardendo, quando chega ao fim lança uma chama mais forte antes de se extinguir.”
“Creio que estou no período da última chama...”, afirma Saramago diante das crescentes limitações impostas pela saúde frágil .

Janeiro de 2010 – Haiti é sacudido por um forte tremor, que deixa milhares de mortos, feridos e desabrigados. Saramago, aos 87 anos de idade, já não tem a força nem a saúde para empreender viagem, de modo a levar a sua solidariedade àqueles que sofrem.
Apesar da distância, desde a ilha de Lanzarote, encontra um meio de contribuir, e de               lançar o seu incansável apelo para a humanidade.  

Ele convence sua editora a publicar uma edição especial do livro “Jangada de Pedra”, que terá a renda revertida integralmente em prol do povo haitiano.
Mais que um gesto de ajuda, um sopro de alento, nestes dias de fria indiferença, nestes tempos tão desprovidos de compaixão social e caridade. – Uma ‘Jangada de Pedra’
a caminho do Haiti –“Porque todos temos uma obrigação.”

Abril de 2010, a saúde física de Saramago a tal ponto está debilitada que o seu médico
lhe impõe repouso absoluto. O repouso absoluto, observa o médico, abrange também a escrita, ou seja, Saramago deverá parar de escrever.

Diante da renúncia derradeira à escrita que acaba de ser imposta ao esposo,  Pilar sente que a recuperação será um milagre. 

“...enganadora é sim a luz do dia, faz da vida uma sombra apenas recortada, só a noite é lúcida, porém o sono a vence,...”
“...talvez para nosso sossego e descanso, paz à alma dos vivos.” (em ‘O Ano da Morte
de Ricardo Reis’)

“...o espírito não vai   a lado nenhum sem as pernas do corpo, e o corpo não seria capaz de mover-se se lhe faltassem as asas do espírito.” (em ‘Todos  os Nomes’)

No dia 18 de junho,
depois de uma noite serena e tranquila, Saramago falece na sua residência em Lanzarote, acompanhado de Pilar e   de sua família, “despedindo-se de forma serena e plácida.” Em se havendo outros mundos, e havendo lá também  oprimidos e necessitados, estes ganharam uma voz a defendê-los e quem se importe com eles...
E em se havendo outros mundos ainda, talvez lá tenham se reencontrado o pequeno José
e os avós tão amados, Josefa e Jerónimo.
“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.”

Segundo o amigo e teólogo Leonardo Boff, Saramago cultivava “a espiritualidade como sentimento do mistério do mundo, da profundidade humana e do amor aos oprimidos.”  Leonardo Boff descreve a tarde que ele e a esposa, Márcia, passaram na companhia de Saramago e Pilar   como “um festim de espiritualidade”.
“Ganhamos um amigo e a fé me diz que ele agora mergulhou naquele Mistério de amor que sempre buscou.” Leonardo Boff

“Quando me for deste mundo, partirão duas pessoas. Sairei, de mão dada, com essa criança que fui”.
Formatação: um_peregrino@hotmail.com